“Operação Gomorra”: Justiça condena família acusada de liderar tráfico no São Lucas
As penas aplicadas para mãe, filhos e genro variam entre 8 e 10 anos de reclusão, além de multas
O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, na Comarca de Garça, sentenciou a penas que chegam a 10 anos de prisão um grupo de indivíduos da mesma família apontado pela polícia como as principais lideranças do tráfico de drogas no Jardim São Lucas. A garcense R.T.A.M, 51 anos, seus filhos F.A.M.S, 30 anos, M.A.M, 34 anos, e o genro D.F.L, 30 anos, foram presos numa megaoperação das polícias Civil e Militar por envolvimento em crimes relacionados ao tráfico de drogas e à associação criminosa. As penas aplicadas variam entre 8 e 10 anos de reclusão, além do pagamento de multas. A decisão, que culminou na aplicação de penas rigorosas, detalhou a atuação organizada do grupo e os impactos negativos à comunidade. A denominada “Operação Sodoma Gomorra”, deflagrada em maio deste ano, no Jardim São Lucas, envolveu um forte aparato policial, composto por apoio da Polícia Militar, por meio do 13º Baep (Batalhão de Ações Especiais de Polícia), canil, equipes das delegacias seccionais de Marília e Tupã, Deinter-4 Bauru e Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais).
A ação, coordenada pelo delegado Adriano Marreiro, titular do Setor de Investigações Gerais (SIG) da Delegacia do Município, contou até com o envolvimento do helicóptero Pelicano. Foi a primeira vez que a aeronave da Polícia Civil do Estado de São Paulo veio atuar na região. A polícia literalmente “fechou” o bairro para cumprir inúmeros mandados de busca e apreensão.
Investigação
A investigação, que durou três meses, revelou o funcionamento de um audacioso esquema criminoso comandado pela família. Durante as diligências, a equipe do SIG realizou monitoramento intensivo, incluindo filmagens e fotografias que documentaram a atividade criminosa no bairro. Foram produzidas mais de 2.500 imagens e quatro horas de vídeo, evidenciando a prática do tráfico de drogas.
“Foram fotos feitas em dias e horários diferentes e filmagens onde foi possível ver e identificar mais de 30 traficantes, em especial a espinha dorsal, que eram as lideranças do tráfico naquela região, que foram presos no dia da ação”, explicou o delegado.
Drogas como maconha, crack e cocaína, totalizando mais de 6 kg, foram encontradas enterradas em um tambor, com o auxílio do canil da Polícia Militar. Além disso, aparelhos celulares apreendidos durante as buscas forneceram evidências irrefutáveis, como mensagens entre os réus sobre a logística e o abastecimento dos pontos de venda.
O juiz Tiago Tadeu Santos Coelho, que aplicou a sentença, destacou a efetividade das investigações.
“A atuação integrada das forças de segurança, aliada às ferramentas tecnológicas de extração e análise de dados, foi determinante para elucidar a dinâmica do tráfico e comprovar a participação de cada um dos acusados.” Segundo apurado, R.T.A.M, apontada como líder financeira, utilizava um mercado local para lavar dinheiro e gerenciar o fluxo de entorpecentes. Ela foi condenada a sete anos e três meses de prisão. A mesma pena foi aplicada para sua filha F.A.M.S. Seu filho M.A.M, foi condenado a 10 anos e dois meses de prisão. Os irmãos, segundo a polícia, cuidavam da operação diária da venda de drogas, incluindo o recrutamento e a coordenação de menores no tráfico. D.F.L, genro da principal acusada, desempenhava o papel de gerente. Ele foi condenado a 10 anos e dois meses de reclusão.
Durante a operação ainda foram detidos alguns menores, filhos dos acusados, todos envolvidos com o tráfico. Ao aplicar a sentença, o magistrado classificou como “inaceitável” o uso de adolescentes para atividades ilícitas: “A inclusão de menores na cadeia criminosa não só aumenta o grau de periculosidade da ação delitiva, mas também contribui para a perpetuação de ciclos de criminalidade que fragilizam a juventude e a sociedade como um todo.”
Reflexos
A operação, embora tenha desarticulado a organização criminosa, gerou mudanças pontuais no tráfico local, que agora opera de forma mais discreta. O juiz também enfatizou a importância de decisões exemplares: “A severidade da pena é um reflexo da gravidade das condutas praticadas e um recado claro de que o Estado não tolerará ações que comprometam a segurança pública e a paz social.”
Com a decisão, as autoridades locais reforçam seu compromisso com o combate ao tráfico e com a proteção das comunidades vulneráveis, especialmente diante da exploração de menores e do impacto econômico e social gerado por organizações criminosas.
“É fundamental que a justiça seja aplicada com rigor, especialmente em casos graves como o tráfico de drogas. A Polícia Civil, por meio de operações como a Operação Gomorra, demonstra empenho em combater este crime. A prisão e condenação de traficantes é uma vitória para a sociedade, trazendo mais segurança para todos”, comentou Adriano Marreiro.
“Ações firmes e eficazes por parte das autoridades são essenciais para coibir o tráfico e seus impactos negativos. É preciso continuar investindo em inteligência policial e em medidas preventivas para erradicar este mal da sociedade”. (Por Garça em Foco)
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