Fábio Dias
27/11/2024
Garça 

Profissionais da Saúde e Educação participam de capacitação sobre TEA em Marília

Capacitação aconteceu em dois períodos, na sexta-feira dia 22 de novembro, no anfiteatro da reitoria da Unimar

 

Médicos, enfermeiros, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, psicólogos, nutricionistas, assistentes sociais da Secretaria Municipal da Saúde de Marília e professores da educação especial da Secretaria Municipal da Educação participaram na última sexta-feira, dia 22 de novembro, do ciclo de treinamento e plenárias organizado em Marília pelo TEA Itinerante, um projeto de âmbito internacional que conta com a participação de psiquiatras de Marília e também do Estado do Acre.
A iniciativa, organizada pelo Programa Municipal de Saúde Mental de Marília, foi dividida em dois períodos: período da manhã, voltado às equipes multiprofissionais dos Caps (Centro de Atenção Psicossocial), assistentes sociais e educadores, e período da tarde, quando participaram médicos e as equipes dos núcleos prestadores de serviços - a exemplo da Apae, Clínica Aconchego e também Espaço Potencial. As palestras e mesas-redondas foram realizadas no anfiteatro da reitoria da Universidade de Marília, a Unimar, no campus universitário, zona Oeste.
“Contamos com aproximadamente 150 participantes, na soma dos dois períodos de capacitação”, informou a enfermeira Camila Alcalde, supervisora do programa municipal de Saúde Mental e uma das organizadoras do evento. A realização de sexta-feira, dia 22 de novembro, consistiu na primeira atividade em Marília do Programa Transtorno do Espectro Autista Itinerante, o TEA Itinerante, tendo como tema ‘Cuidado e Prática Interdisciplinar’. O TEA Itinerante é coordenado em Marília pela médica psiquiatra Dra. Indra Durigan, que já esteve com o programa realizando atividades em Angola, país de língua portuguesa localizado na África.
A médica Dra. Indra Durigan trouxe para o evento em Marília outras duas integrantes do programa: a psicóloga Amanda Rossini, de São José do Rio Preto, e a terapeuta ocupacional Luciana Perroud, de Santo André. Todas palestraram nos dois períodos do evento. Outros palestrantes da capacitação foram o médico psiquiatra Dr. Murilo Oliveira Santos e a médica psiquiatra Dra. Ângela Marques Fernandes Batista, ambos psiquiatras assistentes do ambulatório Caps Catavento. Durante as plenárias houve exibições de vídeos com trajetórias de famílias que possuem filhos com TEA e sobre a experiência do TEA Itinerante em Angola. “Durante o evento, abordamos temas relevantes sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), com ênfase na complexidade do processo diagnóstico. Discutimos como esse diagnóstico exige uma anamnese e uma observação clínica detalhadas para identificar com precisão as características do TEA. Também abordamos como reconhecer e agir diante das disfunções sensoriais, oferecendo estratégias para lidar com essas alterações comuns no TEA. Além disso, explicamos de forma prática aos profissionais o processo de treinamento parental”, contextualizou a médica Dra. Indra Durigan.
 
Desafios
Sobre os maiores desafios atuais para os profissionais da Saúde quando o assunto é TEA, a psiquiatra Indra Durigan observou que um destes desafios é realizar o diagnóstico precoce e preciso. “Isso porque a heterogeneidade dos sintomas e a sobreposição com outros transtornos tornam a identificação do TEA mais difícil. Para distinguir o TEA de condições com sintomas semelhantes, os profissionais precisam realizar uma avaliação cuidadosa e possuir experiência significativa”, explicou.
“Além disso”, prosseguiu a psiquiatra, “o tratamento é individualizado e necessita de uma equipe multidisciplinar (fonoaudiólogos, psicólogos, terapeutas ocupacionais, nutricionistas, entre outros), mas ainda enfrentamos a escassez de profissionais habilitados e famílias com poucos recursos para garantir esse engajamento. O acompanhamento exige uma abordagem integrada e coordenada entre os profissionais para assegurar a eficácia do tratamento. Por fim, o treinamento e apoio às famílias são igualmente essenciais. Garantir que os pais implementem estratégias de maneira consistente em casa é um desafio adicional, especialmente quando somado à sobrecarga emocional vivenciada pelos cuidadores”, concluiu a médica.


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