Recordar é Viver: “Zancopé Simões e Zé Nello, os craques dos microfones”
Por Wanderley `Tico´ Cassolla
No último dia 21 de setembro foi comemorado o `Dia do Radialista´. A coluna homenageia os profissionais do rádio, principalmente os radialistas esportivos, que diariamente levam aos seus ouvintes a melhor informação, principalmente do time do coração. Algumas vezes tem “aquele furo de reportagem”, para deixar a galera em alvoroço. E Garça, assim como no futebol, sempre revelou ótimos e gabaritados radialistas, que começaram aqui, chegaram às grandes emissoras de São Paulo, falaram para todo o mundo, através das ondas do rádio.
Destacamos dois radialistas, verdadeiras feras e craques nos microfones, que fizeram muito sucesso. Praticamente começaram na mesma época: José Antônio Zancopé Simões, para nós o “Zento”, para os milhões de ouvintes “Zancopé Simões”, e José Nello Marques, o eterno “Zé Nello”.
Uma curiosidade: você sabia que o `Dia do Radialista´ é comemorado em duas datas? 21 de setembro ficou conhecida no meio radiofônico como `Dia do Radialista´. Porém uma lei alterou a data de comemoração oficial da categoria, passando para 7 de novembro. A história do `Dia do Radialista´ foi criada no governo de Getúlio Vargas. Tudo porque no dia 21 de setembro de 1943, o então presidente sancionou uma Lei com a qual fixava um piso salarial, ou remuneração mínima para os profissionais da categoria. A mudança veio através da lei 11.327, de 24 de julho de 2006, no governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando os radialistas passaram a ter duas datas para comemorar, além do tradicional Dia do Rádio (25 de setembro). O dia 21 de setembro virou uma data simbólica e 7 de novembro, a oficial. A mudança aconteceu em decorrência da homenagem ao músico e radialista Ary Barroso, que nasceu no dia 7 de novembro de 1903. Há!!!, o que seria do futebol sem o rádio, hein? Convenhamos o rádio sempre esteve ligado ao futebol, principalmente fortes emoções nas jornadas esportivas.
Atualmente os tempos mudaram, as emissoras ao longo dos anos foram desaparecendo, ou melhor, saindo do ar. Primeiro chegou a televisão, em seguida a net, depois, as rádios web. O glamour do rádio mudou completamente. Acredito que as poucas emissoras que ainda restam, jamais alcançarão aquela audiência de antigamente.
ZENTO x ZÉ NELLO:
Inegavelmente eles estão entre os melhores radialistas revelados na cidade. Começaram praticamente juntos, na extinta Rádio Clube de Garça, no final dos anos de 1960, tendo como professor o palmeirense Nilson Bastos Bento. Além de apresentarem programas musicais e noticiosos, integraram a equipe esportiva transmitindo os jogos do Garça.
Depois construíram duas carreiras monstruosas. O Zancopé Simões passou primeiro na Bauru Rádio Clube. Em 1973 seguiu para São Paulo e ingressou na Jovem Pan. Depois foi para a Rádio Record, Rádio Globo, Rádio Capital, Rádio Excelsior, Rádio Gazeta, Rádio Olinda Pernambuco, Rádio Bandeirantes e Rádio Trianon. Em todas fazendo uma bonita e rica história. Quem não se lembra do programa “A Caminho do Sol”, na Rádio Bandeirantes? Na Rádio Record ficou conhecido como “O amigo número 1 dos caminhoneiros”. Na televisão, no ano de 1975, apresentou o “Record em Notícias”, que ficou conhecido como o “Jornal da Tosse”. E o Zento ainda não “pendurou as chuteiras dos microfones”. Está com muito fôlego e aquele vozeirão inconfundível na WEB, com programas na Rádio RDC e Rádio Raízes do Nordeste.
De outro lado, o Zé Nello também fez muito sucesso. Primeiro passou pela Rádio Verinha de Marilia. Depois partiu São Paulo, passou na Jovem Pan, Rádio Globo, Rádio Bandeirantes, Rádio Capital, Rádio Record, Super Rádio Tupi, e também foi correspondente da internacional “A Voz da América”, tradicional emissora do Estados Unidos. Infelizmente o Zé Nello faleceu no dia 25 de janeiro de 2024, justamente no dia do aniversário da cidade que tão bem o acolheu.
Recordando os tempos de Garça, vemos na foto, em pleno “Platzeck”, no começo do ano de 1970, durante mais uma domingueira esportiva, a dupla de palmeirenses, Zé Nello e Zento em ação. Só que até hoje ainda persiste a dúvida: seria o Zé Nello entrevistando o Zento, ou vice-versa?
Nesta época, como bons futebolistas integraram o time da rádio, o famoso esquadrão “Expressinho RCG”. Na foto posando para a posteridade no campo de terra que existia no interior do Bosque Municipal. Em pé, da esquerda para direita: Jota Mara, Omar Neubern, Clodoaldo Serzedelo, Nilson Bastos Bento, Zé Abrão e Roberto Fior; agachados: Zancopé Simões, Luiz Armando, Toninho Marques, Zé Nello e Sidney Sampaio.
Na outro flagrante, uma foto histórica. O famoso trio: Zancopé Simões, Waldir Peres e Zé Nello, participando de mais um tradicional “Encontro dos Garcenses”, um evento realizado na cidade de São Paulo todos os anos no mês de setembro.
A propósito no último sábado (28), aconteceu no Bovinus Restaurante, em Sampa, o 36º encontro, que com certeza, teve muitas emoções num ambiente recheado de nostalgia.
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