O detento Crisóstomo da Silva Alves, de 39 anos, foi morto na noite de terça-feira (23) após uma série de crimes cometidos durante sua fuga da Penitenciária Valentim Alves da Silva, em Álvaro de Carvalho.

O detento Crisóstomo da Silva Alves, de 39 anos, foi morto na noite de terça-feira (23) após uma série de crimes cometidos durante sua fuga da Penitenciária Valentim Alves da Silva, em Álvaro de Carvalho. Ele foi baleado ao tentar roubar o carro do sargento da reserva da Polícia Militar, o garcense Rubens Cláudio Neri, conhecido como sargento Neri, ex-deputado estadual.

O fato ocorreu na estrada do Bairro Itiratupã, em Jafa. O sargento Neri, que estava armado com uma carabina, relatou que estava seguindo pela estrada com destino a uma propriedade de familiares, devagar, quando o fugitivo surgiu armado. 

Ele teria tentado roubar um carro, sem saber que a vítima era policial militar, que reagiu ao assalto e conseguiu atingi-lo.

"Percebi que era uma ação criminosa. Houve troca de tiros. Ele disparou várias vezes na minha direção, mas não conseguiu me atingir. Revidei e acertei ele", relatou. O fugitivo portava uma pistola calibre 380, que havia roubado da casa do diretor da penitenciária.

A sequência de crimes começou com o furto da residência do diretor do presídio, seguido por um roubo em uma fazenda próxima a Júlio Mesquita e uma troca de tiros com policiais militares em Álvaro de Carvalho. Crisóstomo conseguiu fugir por áreas rurais até a propriedade no bairro Itiratupã, próximo ao distrito de Jafa, onde foi morto.

O corpo do detento foi recolhido e encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) do Hospital das Clínicas em Marília.

Morte de foragido é ‘excludente de ilicitude’ , diz Polícia Civil . Com o homem morto, a polícia encontrou pistola furtada da casa do diretor da penitenciária. Na prática, significa que o policial aposentado que atirou contra o acusado é isento consequências judiciais. Proprietário rural e vizinho da área onde o criminoso rondava, o PM se aposentou como sargento e deputado estadual. Ele tem domicílio eleitoral em Garça e segue atuante na política. Segundo o boletim de ocorrência, a Polícia Militar foi acionada depois que o sargento reformado acompanhado de sua esposa, avistar Crisóstomo caminhando na estrada em atitude suspeita. perceber que o acusado estava armado, o policial militar pediu para a esposa parar o carro e desceu armado com uma carabina. Crisóstomo, ao notar a arma, teria disparado contra o sargento, que revidou, resultando em múltiplos tiros. Ele não resistiu aos ferimentos e morreu no local. 

A Polícia Civil apreendeu as armas envolvidas e os objetos encontrados. O caso será investigado para esclarecer os crimes, inclusive com apuração de procedimentos junto à penitenciária. Crisóstomo era preso do regime semiaberto, em final de sentença por crime de extorsão mediante sequestro e ocultação de cadáver. Quando resolveu abandonar o sistema prisional, ele fazia serviços de jardinagem perto da casa onde mora o diretor da unidade. 

O CASO

Crisóstomo, que estava sendo chamado de o Lázaro de Álvaro de Carvalho, de alta periculosidade, fugiu da Penitenciária daquela cidade no final da tarde de segunda-feira (22). Ele cumpria pena de 14 anos de reclusão por vários crimes.

Após a fuga, ele invadiu a casa do diretor na Unidade e roubou uma pistola 380, dinheiro e joias. Outra casa, na Fazenda Paraguaçu, também foi invadida pelo fugitivo, de onde ele levou R$ 1.130, roupas, carteira com documentos e chaves de um carro.

A família chegava na casa, por volta das 18h30, quando viu o indivíduo saindo do local. 

"Não vem que eu tô armado", disse ele. A casa estava toda revirada e no local o detento deixou roupas femininas que havia levado da casa do diretor da Penitenciária.

Policiais Militares avistaram o fugitivo e chegaram a trocar tiros com ele na tentativa de captura, mas o elemento escapou. 

O caso teve repercussão tão grande, que chegou a ser comparado com o de Lázaro, de 2022.

---