Um local usado como abrigo foi fechado após uma operação policial que constatou maus-tratos a animais, nesta terça-feira (11), em Garça e uma pessoa foi presa em flagrante.

Um local usado como abrigo foi fechado após uma operação policial que constatou maus-tratos a animais, nesta terça-feira (11), em Garça e uma pessoa foi presa em flagrante. De acordo com o boletim de ocorrência, no abrigo, que fica às margens da Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros (SP-294), cerca de 80 cães adultos foram encontrados em situação de aparente desnutrição, desprovidos de água potável, sendo que alguns necessitavam de atendimento médico veterinário.

O caso chegou ao conhecimento da Polícia Civil após denúncia anônima recebida pela ONG Spaddes informando que no local dos fatos, teria animais em situação de maus-tratos, e que esses animais eram recolhidos pela concessionária responsável pela rodovia, e levados para aquele local. 

Além dos animais, um homem foi encontrado no abrigo. Ele revelou que apenas cuidava do "local", que era administrado pelo seu irmão.

“Hoje (terça-feira -11) realizamos uma diligência para apurar uma denúncia anônima que a ONG Spaddes recebeu, de que um galpão localizado na cidade de Garça, na beira da rodovia estariam mantendo cães, li, em situação de maus tratos. Hoje fizemos a diligência juntamente com o pessoal da Ong e com dois médicos veterinários e fomos recebidos por uma pessoa que franqueou a entrada”, disse o Delegado de Polícia , Adriano Marreiro, que comandou a operação.

Durante a fiscalização, o acusado informou aos policiais civis, que só alimentava os cães e limpava o local, e que o responsável técnico pelo manejo dos animais e responsável pela propriedade, seria o seu irmão, que é médico veterinário na região. 

Segundo o delegado, durante a diligência foi possível contatar que realmente o local ‘guardava’, cerca de 80 cães , dentre eles vários feridos.

A perícia foi acionada, pois houve a constatação de algumas irregularidades no local, bem como a constatação de dois animais, sem raça definida, de pelagem preta, que durante a averiguação, foram encontrados em um dos cômodos da propriedade, em local totalmente insalubre, sem água, sem alimentação em meio as fezes. 

“Alguns estavam em locais totalmente insalubre, desprovida de condições mínimas de adequação para abrigar esse tanto de animais O rapaz que acabou nos atendendo justificou dizendo que esses animais foram conduzidos lá por força de um contrato entre o proprietário, que seria seu irmão, um médico veterinário da região que teria feito um contrato com uma concessionária de serviços públicos que mantém uma das rodovias. Esses cães seriam resgatados na beira da rodovia e encaminhados para lá para o devido tratamento. Mas esse tratamento, pelo que a gente pode apurar na data de hoje, não vinha sendo realizado da forma correta”, disse Marreiro.

De acordo com o delegado, a perícia que foi realizada no local, constatou que muitos cães estavam desprovidos de água, muitos ao sol, alguns acorrentados e outros  necessitando de tratamento médico de forma imediata.

“Eles não estavam tendo esse tratamento. O rapaz que nos atendeu está sendo autuado em fragrante pelo crime de maus tratos, e o proprietário, que ele disse ser irmão dele vai ser investigado nos autos do inquérito policial”, pontuou o delegado.

A Polícia Científica realizou perícia no local e a Vigilância Sanitária de Garça, também presente,  constatou que o local funciona sem as autorizações legais de âmbito municipal.

O homem que estava no local no momento da fiscalização foi autuado em flagrante. O acusado, que não teve o nome divulgado, será submetido à audiência de custódia. O irmão não foi localizado e está sob investigação.

A pena para o crime de maus-tratos a animais é de dois a cinco anos de prisão, além de multa e perda de guarda.

Em nota, a concessionária informou que foi surpreendida com a denúncia. Disse também que técnicos foram até o local que abriga “os animais resgatados nas rodovias e o espaço está aberto para quem quiser visitar a qualquer momento”, diz o texto. Afirmou ainda que o contrato com o abrigo é recente e que o local é fiscalizado semanalmente e que falhas não foram identificadas nessas fiscalizações.

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