Fábio Dias
10/12/2021
Garça Variedades 

Selos Brasileiros de IG contribuem para abertura de mercado a produtos tipicamente brasileiros


Nesta quarta-feira (8), Sebrae e parceiros celebraram o lançamento dos selos durante abertura do IV Evento Internacional de Indicações Geográficas e Marcas 

O primeiro dia do IV Evento Internacional de Indicações Geográficas e Marcas Coletivas foi marcado pela celebração do lançamento oficial dos Selos Brasileiros de Indicação Geográfica (IG). A iniciativa é considerada um grande salto para a promoção e valorização dos produtos e serviços tipicamente brasileiros e com a marca da qualidade única da sua produção. Atualmente, o Brasil possui 88 Indicações Geográficas brasileiras reconhecidas pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), órgão responsável pela análise dos pedidos de registro.

Durante dois dias, o encontro foi transmitido 100% online e o acesso gratuito. A programação incluiu painéis temáticos e workshops para compartilhar experiências e iniciativas no Brasil e outros países como Portugal, França, Índia, Argentina e Chile. A abertura institucional, que aconteceu presencialmente na sede do Sebrae Nacional em Brasília, contou com a participação dos realizadores – Sebrae, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), INPI, Organização Mundial da Propriedade Industrial (OMPI) e apoiadores do evento – Ministério da Economia e Associação Brasileira das Indicações Geográficas (Abrig).

Em seu discurso de boas-vindas ao evento, o presidente do Sebrae, Carlos Melles, destacou o potencial das Indicações Geográficas brasileiras para conquistar mercados nacionais e internacionais.

“Estamos aqui para mostrar que o nosso país possui grandeza para conquistar premiações internacionais com queijos na França, com o café no mundo inteiro, com a banana, com o mel, entre muitos outros produtos”, ressaltou.

Na ocasião, a ministra do Mapa, Tereza Cristina, lembrou que o consumidor, hoje em dia, quer ter mais informações sobre o que consome. Segundo ela, a identificação das IG com os selos brasileiros também vai favorecer a rastreabilidade dos produtos no mercado. “Com isso vamos manter a cultura e a tradição, além de agregar valor e mostrar a qualidade do que é produzido pelos empreendedores brasileiros”, comentou.

Para o presidente do INPI, Cláudio Furtado, os selos brasileiros de Indicação Geográfica equivalem ao reconhecimento de um diploma universitário. “O selo é uma garantia de que aquele produto agrega todo um conteúdo tecnológico, cultural, empresarial e se apresenta como algo que pode ser consumido com segurança”, pontuou. De acordo com ele, a meta da Estratégia Nacional da Propriedade Industrial é examinar 400 IG até 2030.

O secretário Especial Adjunto de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia, Bruno Portela, destacou como as IG são importantes para o desenvolvimento econômico sustentável. “Vocês produtores estão agregando valor de uma forma que o Ministério da Economia gosta muito que é dentro da nota fiscal, em razão da qualidade dos produtos que vocês fornecem”, disse. Segundo ele, internacionalmente os produtos de IG são, em média, o dobro do valor dos produtos que não possuem essa identificação.

 

Expectativas

O IV Evento Internacional de Indicações Geográficas e Marcas Coletivas também contou com a presença física de 12 IG, entre elas, o café da Região do Cerrado Mineiro, o queijo da Canastra (MG), banana de Corupá (SC), as joias em prata de Pirenópolis (GO), o mel do Oeste do Paraná, o cacau de Linhares e os vinhos de altitude de Santa Catarina. Durante um café da manhã, eles apresentaram os seus produtos para o público presente no encontro.
Depois de um longo processo para conquistar a IG, os produtores do mel da região do Oeste do Paraná conquistaram o reconhecimento em 2017, com o apoio do Sebrae e outras instituições. “Foram vários anos de estudos técnicos para comprovar as propriedades únicas do nosso produto, que é produzido de forma diferenciada na região banhada pelo lago Itaipu”, comentou o produtor e presidente da Cooperativa Agrofamiliar Solidária (Coofamel), Antônio Schneider.

Segundo ele, o selo vai facilitar a entrada do mel em outros mercados. “Temos uma expectativa muito grande, pois vemos o Selo Nacional como uma abertura de mercado não só no Brasil, como internacional. Percebemos que os Selos de IGs estão cada vez sendo mais valorizados”, declarou o produtor. A região do Oeste do Paraná engloba 56 municípios, onde a agricultura familiar é predominante com a produção de mel por pequenos apicultores. (Sebrae)


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