Garcense pagou mais de R$ 23 milhões em impostos no ano passado
Embora os números assustem, no ano passado os garcenses pagaram menos imposto que no ano de 2018. Dados do impostômetro apontam uma queda de 3,456%
No ano passado os brasileiros repassaram R$ 2,5 trilhões em impostos às mãos dos governos federal, estaduais e municipais, segundo o Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Para ser mais pontual, a marca foi batida às 8h35 do dia 31 de dezembro, último dia de 2020. Desse montante R$ 23.242.536, 67 foram pagos por garcenses.
Embora o número mostre a sua grandeza, o valor de impostos, taxas e contribuições pagos pelos contribuintes garcenses ficou 3,456% inferior ao total arrecadado em 2018, que foi de R$ 24.074.671,63.
O cenário observado em Garça vai na contra mão dos números nacionais. Em um ano com elevada taxa de desemprego, o brasileiro pagou 4,69% a mais de impostos aos cofres públicos do que em 2018, quando o fisco ficou com R$ 2,388 trilhões.
Segundo divulgado, Marcel Solimeo, economista da ACSP, classifica como recorde o valor retirado do bolso do contribuinte, especialmente pelo baixo crescimento e indefinições que circundam a economia brasileira. Trata-se, de acordo com ele, de uma marca expressiva e resultante de uma carga tributária elevada para o País, se comparada à renda do brasileiro.
"Acredito que a carga tributária nos próximos anos deva permanecer alta. Possivelmente, o único fator que pode colaborar com a diminuição dos tributos é o controle nos gastos. Caso não haja esse esforço, o Brasil continuará tendo impostos elevados. O pior é que nada disso retorna à população", afirma.
“Num primeiro momento é difícil apontar os motivos que levaram a essa diminuição no pagamento de impostos. Foram 3,456% a menos, que representa um valor de R$ 832.134,96. Mesmo com essa queda, o que observamos e todos já sabem é que, além da reforma tributária, o que precisamos é de uma redução dos gastos, para que haja de fato uma redução na arrecadação”, disse o gerente da Associação Comercial e Industrial de Garça, Fábio Dias.
Segundo ele, num momento em que a economia ainda traz suas sequelas, até a queda no pagamento de imposto, que deveria ser visto como um ponto positivo, traz um alerta.
“O que a gente vê é que a cada ano a arrecadação de impostos está maior. Tem a inflação e o aumento no consumo. O cenário mostra que no ano passado houve uma pequena recuperação das vendas, o que também culmina com um aumento na arrecadação e impostos. A queda pode ser reflexo, por exemplo, do desemprego, ou de uma estagnação, já que não tivemos, ainda a reforma tributária prometida”, falou ele, mostrando preocupação.
Segundo Solimeo, para 2020 a expectativa é que a arrecadação seja maior, em pelo menos, 6%, considerando a manutenção da inflação em torno de 4% e o crescimento de 2% na economia. O índice também pode ser ampliado caso ocorram ajustes nas alíquotas dos impostos.
O Impostômetro foi implantado em 2005 pela ACSP para conscientizar os brasileiros sobre a alta carga tributária e incentivá-los a cobrar os governos por serviços públicos de mais qualidade.
Está localizado na sede da ACSP, na rua Boa Vista, centro da capital paulista, mas outros municípios e capitais se espelharam na iniciativa e instalaram seus painéis. No site do Impostômetro, é possível acessar diversas informações tributárias e entender mais sobre o assunto.
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