Lucas Dias
01/03/2019
Garça 

Saiba os principais cuidados com pacientes que fazem uso de sonda

Delicada, alternativa para pessoas com dificuldades de ingestão de alimento também precisa de manipulação correta

Devido à condição clínica fragilizada, pacientes que fazem uso de sonda nasoenteral necessitam de uma alimentação e cuidados específicos. O que inclui, principalmente, atenção diária na manipulação e administração da dieta, higienização das mãos, do local do preparo e de utensílios que serão utilizados.

Geralmente, as sondas enterais são recomendadas quando a alimentação pela boca é insuficiente, por falta de apetite ou dificuldade para mastigar ou engolir. É indicada também em casos de tumores em região oral, esôfago e estômago quando há um bloqueio parcial ou total na passagem do alimento. Ou até mesmo quando o paciente tem contraindicação do uso da via oral no pós-operatório.

“Essas sondas podem ser de uso temporário ou indeterminado e são uma alternativa para a ingestão de alimentos”, explica a enfermeira da Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional (EMTN) Aline Toyama.

Variações

Existem dois tipos de alimentação via sonda: dieta enteral industrializada e artesanal. As principais diferenças entre elas são em relação ao modo de preparo e o grau de manipulação dos ingredientes.

A recomendação do tipo de dieta é feita pelo nutricionista no momento da alta hospitalar, pois os pacientes recebem avaliações individuais e a fórmula a ser utilizada com base em suas necessidades nutricionais.

A dieta industrializada consiste em uma preparação pronta para ser administrada via sonda nasoenteral e não necessita de ingredientes ou utensílios. Basta abrir a embalagem e colocar o conteúdo no frasco da dieta. Seus principais cuidados são lavar bem a embalagem com água e sabão, verificar no rótulo se está dentro do prazo de validade e seguir as quantidades e horários prescritos pelo especialista.

Dieta

Já a dieta artesanal pode ser produzida em casa, mas requer cuidados com higienização, principalmente das mãos, da superfície e dos utensílios que serão utilizados. É necessário que os alimentos estejam em sua forma natural, devem ser liquidificados e coados em peneira fina de duas a três vezes para evitar obstrução da sonda. Caso seja preparada para mais de um horário de infusão conserve a dieta em um recipiente com tampa e certifique-se de que esteja bem vedada.

Importante: retire da geladeira 30 minutos antes, pois dietas enterais não podem ser administradas quentes, tampouco geladas – sempre em temperatura ambiente. Além disso, não devem ser aquecidas em forno micro-ondas ou congeladas. Para evitar desconforto gástrico, náuseas e vômitos, a dieta precisa ser administrada lentamente. A recomendação é que caia do frasco uma gota por segundo.

Como conservá-la

As dietas enterais devem ser armazenadas em local fresco e sem exposição ao sol. Após aberta conserve na geladeira por até 24 horas. Por isso é importante identificar corretamente data e horário da abertura do frasco da dieta industrializada ou do preparo, quando for dieta caseira. Caso não sejam consumidas neste período será necessário descartá-las.

“Ao sair de casa para consultas ou exames, a orientação é levar a dieta em um frasco descartável, utilizando uma bolsa térmica para manter a temperatura correta”, explica a nutricionista Mariana Zauli.

Higienização

A alimentação enteral exige cuidados de higiene. Atitudes como tossir, ir ao banheiro, brincar com o animal de estimação e recolher o lixo precisam ser tratadas com atenção, pois podem contaminar as dietas com microrganismos, causar doenças e prejudicar a recuperação do paciente.

Em alguns casos, a contaminação pode levá-los a apresentar quadros de diarreia, vômitos, desconfortos gástricos e infecção intestinal grave.


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