SAÚDE: funcionários decidem por acordo trabalhista com Santa Casa e Prefeitura
Na assembleia foi apresentado acordo trabalhista que foi aceito pela maioria dos funcionários
Contrariando o posicionamento do SinSaúde (Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Campinas), a maioria dos funcionários do Hospital São Lucas aceitou acordo proposto pela instituição e pela Administração Municipal, uma vez que a maioria prestava serviços para a Prefeitura.
Em assembleia ocorrida na noite de terça-feira, 20, no pátio do Hospital São Lucas, foi discutido com os funcionários presentes, o acordo trabalhista apresentado. A promessa é de que, assinado o acordo, vinculado a demissão, os funcionários serão recontratado pela nova empresa que vai administrar a instituição. Projeto de Lei já foi para a Câmara para leitura dos termos de Fomento e Colaboração com a Associação Hospitalar Beneficente do Brasil – AHBB, de Lins, que assumirá o serviço de média complexidade em Garça.
A assembleia contou com a presença do prefeito João Carlos dos Santos (DEM) de alguns vereadores e de representantes do SinSaúde, como o presidente do Sindicato em Marília e Região, Aristeu Carriel, o presidente da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Garça, Mansur Willian Baracat e o interventor Paulo Tramontini que apresentou e explicou os números que traduzem o caos da instituição.
O acordo proposto, segundo o prefeito, é uma saída para que o hospital não feche as portas.
Baracat salientou que alternativa apresentada é a única viável para que as portas do único hospital da cidade continuem abertas à população de Garça
Segundo o prefeito, a dívida geral da Irmandade é de 27 milhões de reais, tornando-se impagável. Na assembleia funcionários votaram para decidir se aceitariam ou não o acordo.
Após a votação foi feita a contagem dos votos e o resultado foi de 176 funcionários favoráveis ao acordo, contra 21.
Embora a maioria tenha decidido pelo acordo, alguns pontos ainda devem ser discutidos e tudo será encaminhado para homologação judicial, fase em que o Poder Judiciário pode ou não concordar com o acordo. Depois desse processo o funcionários terão que aguardar os procedimentos da Justiça do Trabalho.
Visivelmente contrariado Carriel salientou que o acordo traz uma perda de 70% para o trabalhador.
O sindicalista frisou que torce para que tudo de certo, mesmo não estando satisfeito com o acordo decidido pela maioria. Se algo der errado, disse ele, quem perde é o trabalhador e sua família.
Carriel comentou que, tudo leva a crer que o acordo foi aprovado pelos trabalhadores, por medo de perderem o emprego.
“Esse acordo traz muito prejuízo para os trabalhadores, o Sindicato era favorável a dizer não a este acordo. É um ato desumano com estes funcionários, sendo que muitos estão lá há mais de15 anos, 20 e 30 anos. É um prejuízo que reflete na família desse trabalhador, mas a votação foi feita e a maioria votou favorável ao acordo”, disse ele.
Alguns funcionários, sem querer citar o nome, chegaram a confirmar que o acordo era, nesse momento, a única garantia que viam de manter os empregos.
“Vou perder muito. Sei que vou perder, mas fui minoria e tenho que aceitar, mas minha amiga foi favorável e desde o início disse que seria, porque não pode ficar desempregada e tem a promessa de uma recontratação pela nova associação que vai assumir o hospital”, disse um funcionário.
Agora cabe à Câmara aprovar os Projetos de Lei ou atender requerimento do vereador Paulo André Faneco (PPS) que requer da Comissão de Saúde Educação e Assuntos Sociais a convocação de uma audiência pública para tratar sobre as questões trabalhistas e sobre as mudanças na gestão do Hospital São Lucas.
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