Fábio Dias
26/07/2014
Garça 

"Um anão diplomático", diz porta-voz israelense sobre o Brasil

Yigal Palmor criticou a postura do governo brasileiro e considerou o país um parceiro irrelevante para Israel

O governo de Israel criticou a postura do governo brasileiro de convocar o embaixador em Tel Aviv para consultas e a publicar duas notas, em uma semana, considerando inaceitável a escalada de violência entre Israel e Palestina. Nos textos, o Brasil "condena energicamente o uso desproporcional da força" por Israel, na Faixa de Gaza.
O Ministério das Relações Exteriores de Israel, por meio do porta-voz, Yigal Palmor, ressaltou que o país precisa de apoio dos seus aliados para combater o principal movimento fundamentalista na Palestina.

— Israel espera o apoio de seus amigos em sua luta contra o Hamas, que é reconhecido como uma organização terrorista por muitos países no mundo — disse o porta-voz.

Jornais israelenses noticiaram críticas ainda mais duras feitas por Palmor. De acordo com o The Jerusalem Post, o porta-voz criticou a diplomacia brasileira:

— Essa é uma demonstração lamentável de por que o Brasil, um gigante econômico e cultural, continua a ser um anão diplomático.

O periódico ainda acrescenta que, de acordo com Palmor, o Brasil é um parceiro diplomático irrelevante, que cria mais problemas, em vez de contribuir com soluções.
O comunicado à imprensa, divulgado pelo governo israelense, ainda salienta o “desapontamento” do país diante da convocação do embaixador brasileiro.

— Esta decisão não reflete o nível das relações entre os países e ignora o direito de Israel de se defender. Tais medidas não contribuem para promover a calma e a estabilidade na região — informa o texto.

Em nota publicada nesta quarta-feira, o Ministério de Relações Exteriores do Brasil reiterou seu chamado a um "imediato cessar-fogo" entre as partes. O Itamaraty explicou que, diante da gravidade da situação, votou favoravelmente à resolução do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, que condena a atual ofensiva militar de Israel na Faixa de Gaza e cria uma comissão internacional para investigar todas as violações e julgar os responsáveis.

A Confederação Israelita do Brasil (Conib) também reagiu:

— A Confederação Israelita do Brasil vem a público manifestar sua indignação com a nota divulgada pelo nosso Ministério das Relações Exteriores, na qual se evidencia a abordagem unilateral do conflito na Faixa de Gaza, ao criticar Israel e ignorar as ações do grupo terrorista Hamas — destaca o texto.

* Zero Hora, com Agência Brasil


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