O perfil das "vovós" mudou
Quando se fala em avó, cujo dia é comemorado hoje, muitas pessoas imaginam uma senhora
Quando se fala em avó, cujo dia é comemorado hoje, muitas pessoas imaginam uma senhora de cabelos grisalhos, de óculos, segurando agulhas de crochê enquanto espera os bolinhos darem o ponto no forno. Porém, não é bem assim que as avós de hoje se comportam. Acompanhando as tecnologias e o desenvolvimento, elas não ficaram paradas no tempo e também passaram a desenvolver outras atividades. Mas, claro, que os filhos de seus filhos ainda continuam sendo o principal motivo de dedicação.
A jornalista Keila Cristuma concorda que, atualmente, as avós não são mais como antigamente. Para ela, a imagem de pacata velhinha já não se encaixa nos novos perfis. E por esse motivo, há mais de cinco anos, ela começou a oferecer um curso de reciclagem na Capital para as avós de primeira viagem, com o objetivo de renovar e desmitificar hábitos.
Durante cinco horas, reunidas em turmas de dez mulheres, elas discutem aspectos emocionais e práticos de avó e se informam sobre as novidades da ciência e medicina nos cuidados com seus netos.
E quando se fala de atualização e modernidade, não faltam exemplos em Bauru. Maria Luiza de Oliveira, de 53 anos, é um deles. É avó de três netos, vendedora de produtos de beleza, dona de casa, e auxiliar de cozinha.
Ela mesmo reconhece que seu perfil é bem diferente do de sua avó. “As avós de hoje estão mais antenadas”, conta, revelando que usa o computador de seu neto e consegue conversar com ele sobre os mais diferentes assuntos. Gosta muito de assistir filmes e depois discuti-los com o adolescente de 13 anos. Tudo isso com uma linguagem jovem.
Para a “vovó antenada”, além das atividades diárias e profissionais de hoje em dia, a maior diferença está no convívio com os netos. “Avó moderna curte e acompanha os netos”, afirma.
Tudo mudou
A diferença também é ressaltada pelo antropólogo Cláudio Bertolli, professor da Unesp, que destaca a revolução como a forma de “entender o que é ser idoso desde a década de 70”.
Pelo menos durante os últimos 40 anos, a população se desenvolveu em diferentes aspectos. “E essas mudanças foram fundamentais para a transformação de vida das pessoas e, consequentemente, dos idosos”.
Para Bertolli, atualmente, as pessoas, ao entrarem na terceira idade, têm mais perspectivas e qualidade de vida do que antigamente. Logo, dedicam-se a novos projetos e atividades.
A mudança no consumo da sociedade brasileira também ressalta esse novo perfil da vovó, com a compra e desenvolvimento de produtos saudáveis e abandono de velhos hábitos.
Um exemplo de vida saudável é exatamente a comerciante Vania Parreira, que, aos 54 anos, faz questão de frequentar, de segunda a sexta-feira, a academia.
Com dois netos, um de 8 anos e outro de 3, ela revela que a atividade física ajuda conseguir acompanhar o ritmo dos garotos.
Vania concorda que, antigamente, as avós não tinham o perfil que têm hoje, assim como as crianças também eram diferentes. Em sua casa, busca unir o melhor do passado com o melhor do presente. Ensina aos netos as brincadeiras de quando eram crianças, não os deixa ficar muito em jogos eletrônicos e mantém a forma para poder acompanhar de perto e participar das atividades com eles.
E os deliciosos bolinhos?
Apesar das mudanças das avós, elas ainda continuam sendo as donas dos bolinhos mais gostosos e desejados. E com uma pitada de nostalgia e também atualidade, o Iamspe comemorou, ontem, o Dia da Avó com a entrega de cupcakes a idosos internados no serviço de geriatria do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE). As guloseimas foram feitas por nutricionistas do hospital e temperaram com humanização e lembranças a dia das avós internadas.
JCNET
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